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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DOE ou não doi?

Lido o DOE- acabado de sair do forno- suscitam-se alguns comentários.

Começa por ser uma bonita aula de economia, bem apresentada, mas esquece logo os estrangulamento microeconómicos, que talvez sejam os mais difíceis de modificar ( excepto aqueles ligados ao mercado de trabalho, em que em todo o caso há uma vacuidade assustadora). Reconhece que há problemas ao nível da receita fiscal e dos estabilizadores automáticos , mas insiste em aumentos de impostos e de receitas.

Depois apresenta uma longa lengalenga de percentagens de cortes e medidas num português redondo que não diz nada. Tudo é possível e o seu contrário. Alguma modificação na gestão do SNS introduzindo mercados internos ou concorrência interna? Nada. Alguma modificação na Educação além de fechar escolas? Nada. Em termos de reforma do Estado é uma pobrza confrangedora.Sobretudo do Estado Social. Parece que tudo se reduz a despedir gente,aumentar preços e impostos.

Para um economista que se diz grande admirador de Milton Friedman, não se vê nada de excitante ou grandes modificações. Mas esta pode ser uma interpretação apressada. Aguardemos mais uns meses...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Troika

A primeira coisa a salientar este Verão foi a "visita" da troika e o amen que esta deu à governação.Este evento tem dois aspectos: um político, outro económico. De um ponto de vista político parece que finalmente se encontrou uma forma de governar em ditadura dentro das formalidades da democracia. A " troika" é o ditador. Há uma tradição longeva em Portugal de ir buscar ditadores /homens fortes para resolver os problemas nacionais. Nos últimos 110 anos tivemos, entre outros homens providenciais: João Franco, Pimenta de Castro, Sidónio Pais, Salazar, para referir só alguns. Agora mal parecia suspender a democracia, mas o resultado foi o mesmo, plebiscitou-se o programa da troika e agora eles mandam.Também não alheia à história nacional a interferência externa para resolver os nossos problemas. O exemplo maior é Beresford-o representante da troika da altura.Portanto, em termos políticos estamos enquadrados.

Em termos económicos temos a famosa receita do FMI. Aumentos de preços e cortes na despesa.É uma receita tradicional e só a história económica comparada poderia dizer se resulta ou não. A subida de preços tem dois efeitos ( e não um como se julga), aumenta a receita e também diminui a procura dos bens cujos preços subiram. Tal deve refrear o consumo e aumentar a poupança. O corte na despesa tem também dois efeitos, diminui os gastos (óbvio), mas ao mesmo tempo deve implicar um novo papel para o Estado abrindo portas para a iniciativa privada.Teoricamente, iriam diminuir as importações, os gastos do Estado e aumentar as receitas desse Estado, assegurando assim novos equilíbrios sustentáveis.

O problema é óbvio.A falta de crescimento. Pode acontecer que esta terapia leve a uma falta de crescimento da economia. Essa falta de crescimento faz actuar os chamados estabilizadores automáticos( mais gastos sociais e menos receitas de imposto) e estes impedem os equilíbrios e de facto nunca mais se chega ao ponto desejado.

Portanto, o que estamos a fazer é uma jogada,que atendendo às características do último decénio da economia portuguesa, pode muito bem falhar rotundamente.

Acresce a nossa integração europeia, que só nos prejudica. Portugal nunca foi um País absolutamente virado para a Europa e não pode ser.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

BIC,BPN e Angola.

Não é possível engolir esta putativa venda do BPN a um banco agora intitulado "luso- angolano". De luso parece ter Américo Amorim que, constava, andava de candeias às avessas com os Angolanos ( como acontece sempre com qualquer pareceria com os dirigentes deste infeliz povo). O outro "luso" será Fernando Teles ( já "angolanizado") e que ainda há poucos anos quando era Presidente do BFA exigia em negócios de entidades angolanas com sócios angolanos (ministros) e portugueses o aval destes sócios por não confiar nos ministros angolanos.Depois aparece Mira Amaral que não se percebe o que faz no meio desta história.

A venda normal teria sido por € 1,00 mais passivo. Aqui parece que se paga para mandar o BPN embora. Não soa nada bem e o BIC não tem qualquer credibilidade para assegurar o que quer que seja. Já alguém olhou para as suas contas? Como está a situação em Angola? Era o mínimo.

Quanto à justiça, parece que só funcionou para Oliveira e Costa. Será o bode expiatório desta trapalhada toda.

Angola está a começar a dominar a finança portuguesa toda...Não esquecer a moscambilha em que os Angolanos meteram Álvaro Sobrinho, presidente do BES Angola.Certamente o BES está debaixo de pressão angolana. O Banif também está, com a descoberta ! por parte da antiga mulher de Horácio Roque que o marido se tinha esquecido qe colocar os seus activos financeiros na partilha resultante do divórcio. Note-se que a doutora Fátima Roque esteve muitos anos ligada à UNITA , chegando a estar detida em Luanda e depois foi-se aproximando do MPLA integrando-se nesta. Por isso, debaixo de ataque ou conquistados por Angola ( elite dirigente e não povo) estão: BPN,BCP,BANIF,BES. BPI foi obrigado a ceder 49% da sua galinha de ovos de ouro que era o BFA em Angola. Que se saiba só não está a CGD debaixo da mira.