Li em voo de pássaro a versão em inglês do famoso Memorando que vai obrigar o Estado Português nos próximos anos. Não entrando em detalhes técnicos, para já, é importante referir algumas ideias: Aquilo não é um Memorando, é um completo programa de Governo, com um largo detalhe e um amplo espectro.Vai desde o Fisco aos Transportes,à Justiça, às Telecomunicações, aos Tribunais para a Propriedade Intelectual. Obra de influência alemã, só lhe falta mesmo um Plano Kantiano sobre a evolução das fezes. Sendo assim, obviamente perde foco e dificilmente será cumprido. Já escrevia Camões" O mundo todo abarco e nada aperto". Assim se passará com este Plano, tudo quer determinar, nada determinará. Um segundo aspecto liga-se à Banca, sobressai muito o problema em que a Banca se encontra - inclusivamente a CGD que será obrigada a um streamline enorme. Residirá aqui muito um busílis da questão.
Certamente, não será aquilo que o país precisa. O país precisa de um conceito, uma ideologia e um caminho e terá ser ele a defini-lo , pedir aos estrangeiros que venham resolver os nossos problemas, só faz sair coisas pouco articuladas como este Memorando/Plano.
A questão não é de patriotismo, como dizia Samuel Johnson "O patriotismo é o último refúgio da canalha". Basta ver quem invoca hoje o patriotismo para se perceber quem é canalha. A questão é que somos nós que temos que ter os nossos programas de governo e fazer e cumprir os nossos planos.
Esta intervenção deveria ter permitido um Plano para se saír do Euro e a criação de um novo regime constitucional definido por nós. Assim, vai ser uma coisa demasiado envolvente, por um lado, e inócua por outro.
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