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domingo, 15 de maio de 2011

Areias e concorrência.

Muita areia tem sido atirada para a opinião pública a propósito do MOU assinado com o FMI e outros, tentando desvalorizá-lo a uma mera coisa técnica , um PEC IV alargado com uma descida de TSU. A realidade é que o MOU é um extenso programa de governo e que contém medidas impalatáveis ( mas necessárias? talvez). O seu ponto importante não são os tecnicismos das finanças públicas,mas a abrangência estrutural que pretende alcançar. E nessa abrangência estrutural tem especial importância a questão da concorrência.Concorrência é o que mais faz falta ao país ( não é competitividade ou produtividade),mas concorrência. Nas profissões todos aqueles que temos que contratar médicos, advogados etc sabemos a falta de concorrência que existe e os preços estapafúrdios que são cobrados, que raramente correspondem a trabalho, mas a abuso de uma posição dominante.Concorrência é o que não há na distribuição, na banca, na energia e em tantos outros sectores encostados ao Estado ou com mercados fechados. Faça-se um Big Bang e introduza-se a economia portuguesa à concorrência!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nacionalismo, secessão e Sócrates.

O século XIX foi o século dos nacionalismos, unificou-se a Alemanha e a Itália, o século XX continuou a ser o século dos nacionalismos. Acederam à independência a Índia e numerosas colónias africanas, transformadas - algumas vezes apressadamente - em nações.

Este século XXI não se sabe para onde vai, mas na Europa há uma certa tendência, que se pode chamar nacionalista, mas também infra-nacionalista. Isto é, a individualidade de pequenas nações tenta-se impôr, a individualidade das regiões tenta-se transformar em nação. A União Soviética assistiu em primeiro lugar a esse fenómeno. Do seu desmembramento surgiram várias nações, que o podiam ser ou não.

Hoje, a Escócia, que é uma nação, aproxima-se da independência.

Em Portugal, há o velho mito ( e talvez realidade) que o estado corresponde a uma nação. Talvez assim seja,mas coloca-se uma questão prática. O país tem tido um primeiro - ministro que uma parte clara não quer porque foi incompetente e sobretudo muito mentiroso, havendo sérias dúvidas sobre o seu carácter, mas que pode ganhar eleições de novo. Não poderão aqueles que não o querem, fundar um novo país sem ele? Talvez seja de dividir o país.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O memorando e uma nota adicional.

Li em voo de pássaro a versão em inglês do famoso Memorando que vai obrigar o Estado Português nos próximos anos. Não entrando em detalhes técnicos, para já, é importante referir algumas ideias: Aquilo não é um Memorando, é um completo programa de Governo, com um largo detalhe e um amplo espectro.Vai desde o Fisco aos Transportes,à Justiça, às Telecomunicações, aos Tribunais para a Propriedade Intelectual. Obra de influência alemã, só lhe falta mesmo um Plano Kantiano sobre a evolução das fezes. Sendo assim, obviamente perde foco e dificilmente será cumprido. Já escrevia Camões" O mundo todo abarco e nada aperto". Assim se passará com este Plano, tudo quer determinar, nada determinará. Um segundo aspecto liga-se à Banca, sobressai muito o problema em que a Banca se encontra - inclusivamente a CGD que será obrigada a um streamline enorme. Residirá aqui muito um busílis da questão.

Certamente, não será aquilo que o país precisa. O país precisa de um conceito, uma ideologia e um caminho e terá ser ele a defini-lo , pedir aos estrangeiros que venham resolver os nossos problemas, só faz sair coisas pouco articuladas como este Memorando/Plano.

A questão não é de patriotismo, como dizia Samuel Johnson "O patriotismo é o último refúgio da canalha". Basta ver quem invoca hoje o patriotismo para se perceber quem é canalha. A questão é que somos nós que temos que ter os nossos programas de governo e fazer e cumprir os nossos planos.

Esta intervenção deveria ter permitido um Plano para se saír do Euro e a criação de um novo regime constitucional definido por nós. Assim, vai ser uma coisa demasiado envolvente, por um lado, e inócua por outro.