Como se vem vendo,o Euro não é uma realidade económica. Essencialmente é um projecto político , e só assim se justifica a assunção de efeitos negativos na inflação, desemprego e política económica que o Euro acarreta. E político no sentido de ser uma antecâmara da União Política Europeia. O problema é que não houve coragem para assumir publicamente esse desiderato. Por isso inventou-se uma teoria económica sem pés nem cabeça para justificar o injustificável.E, no entrementes, a anarquia estabeleceu-se, porque , muito simplesmente, é impossível ter uma política monetária idêntica para Portugal e para a Alemanha (por exemplo). Logo o nível de conflito na direcção da política monetária é crescente ( de momento, a Alemanha porque é mais poderosa dita as regras a Portugal, mas a situação é insustentável). A verdade é que essa unificação da condução da política monetária só seria possível se estivesse também previsto um sistema de transferências fiscais da Alemanha para Portugal ( mantendo o exemplo, que poderia ser aplicado a outros países).Ora acontece que isso também não foi previsto ( e não era difícil prever: a própria Alemanha quando se unificou compensou uma união monetária forçada com o Leste com uma massiva transferência fiscal para o mesmo Leste). Assim, não sendo possível uma política monetária única para todos os países do Euro e não sendo possível flexibilizar essa política através de compensações fiscais, não se vê como aguentar o Euro, sem desemprego, crise, etc e sobretudo sem um crescente conflito intra-europeu que se ainda está enquuadrado nos gabinetes ministerias, mais dia menos dia irá para a rua e obrigará os governos democráticos a escolhas trágicas.
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