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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Inefáveis sinais para 2012

Nos últimos dias de 2011 e início de 2012 acumularam-se alguns sinais preocupantes ( mais ainda?) para 2012 em áreas muito distintas, mas que têm algo em comum: a falta de pensamento e o amorfismo em que caímos.
O primeiro sinal é aquela inefável declaração do Presidente da República sobre os sacrifícios e as situações explosivas.Este é o homem que enquanto primeiro-ministro lançou este modelo económico que nos levou ao à beira do abismo, este é o homem que enquanto Presidente da República ajudou José Sócrates a deitar o país no abismo, e ainda fala como se não fosse nada com ele? Cavaco Silva terá que responder à história, mais dia , menos dia...
O segundo sinal é aquela nomeação de Artur Santos Silva para a Gulbenkian. Será uma excelente figura, um precursor da banca privada, uma distinta cabeça prateada, mas, acima de tudo é uma daquelas unanimidades do regime que na busca de consensos e sorrisos se dá bem com todos.A Gulbenkian não precisa de presidentes relações públicas em part-time.Já Rui Vilar, outra figura cosnsensual do regime, marcará a sua presidência com a decisão brilhante de extinguir o Ballet Gulbenkian.´Por caminhos inclinados vai a Gulbenkian quando se posiciona como repositório de heranças douradas e não como lançadora de inovação e cultura.
Terceiro sinal são as políticas sociais do governo.Este não está a perceber que está a convidar os portugueses à pobreza constante.Explicando melhor.São determinadas uma série de medidas troikistas que geralmente implicam subidas de preços, tudo certo, depois - e sempre - é determinado que aqueles qe têm rendimentos inferiores a X não pagarão essas subidas.O que isto acarreta? Que o maior número possível de pessoas queira ficar formalmente pobre para não pagar.Compensará mais ser pobre, que remediado. O pobre não paga nada, o remediado pagará fortunas...Assim, está-se a estimular o país a ficar pobre.Isto é estranho e grave.
Finalmente, e não variando, temos a imprensa, sempre sem crítica, pensamento ou investigação, saltitando de caso em caso com uma acefalia pungente.

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