Muitos foram os estudos acerca das causas da crise de 1929, desde logo as análises de Keynes e de Milton Friedman. E embora os vários autores sugiram causas diferentes para essa Depressão , acabam por apontar sempre uma causa fundamental comum: A crise transformou-se em Grande Depressão devido a erros de política económica. Se Keynes os atribui aos Governos que procuraram sem descanso o equilíbrio orçamental sem perceber que se caminhava para equilíbrios no sub-emprego que invariavelmente mantinham a crise, Friedman aponta um erro de política monetária. Mas que houve erro humano de política, houve. E erro dos decisores políticos que essencialmente apertaram quando deviam ter descomprimido. Estas considerações vêm a propósito da recente crise portuguesa. A questão fundamental é a seguinte: a crise não é tão recente assim. Talvez o seu início possa ser estabelecido com o discurso da “tanga” de Durão Barroso e a entrada de Manuela Ferreira Leite nas Finanças, o que criou um clima de opressão sobre a economia portuguesa. Além do mais há a entrada no Euro que criou um colete de forças na nossa economia.Uma coisa é certa, Portugal não está numa Zona Monetária Óptima, como definido por Mundell, pelo contrário. Assim, qualquer política económica, se bem que tenha que ter em conta disciplina orçamental, tem sobretudo que se virar para os problemas económicos e estes implicam uma estratégia de descompressão da economia acompanhado por uma redefinição das funções do Estado. Resumindo, uma mudança de Governo não é feita para mudar de caras, mas para mudar de políticas económicas concretas.
Sem comentários:
Enviar um comentário