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domingo, 27 de junho de 2010

Os erros de política económica.

A situação actual da economia portuguesa deve-se a tremendos erros de política económica. O primeiro foi o de instituir um Estado-Providência de país rico com um enorme peso. O segundo foi de na época de expansão dos anos 80/90 aumentar o funcionalismo público e os ordenados. O terceiro foi o de deixar morrer a agricultura e a indústria ( melhor dizendo, provocar-lhe a morte). O quarto e definitivo foi a adesão ao Euro que expôs definitivamente as nossas debilidades e colocou-nos um colete de varas de que não conseguimos sair.
Note-se que a maior parte destes erros foram cometidos ou apoiados por um homem chamado Aníbal Cavaco Silva, que já no início dos anos 80 tinha sobre-aquecido a economia levando a uma intervenção posterior do FMI. Note-se que sobre os socialistas nem vale a pena falar. Não sabem de economia. Mas isso não é novidade. Nenhum país progrediu com socialismo.
Agora temos uma missão impossível! Políticas de austeridade, Euro forte face à nossa produtividade. Parecemos condenados. Estaremos?

Bom livro.

Economia Portuguesa, de Luciano Amaral, um belo ensaio muito clarificador dos erros recentes de política económica.A ler!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lord Black e o histerismo judicial.

O Supremo Tribunal dos EUA acaba de publicar uma decisão em que revoga a condenação a prisão de Lord Black conhecido multi-milionário canadiano vítima de um ataque empresarial e da histeria habitual que acompanha a queda dos ditos "poderosos". Esta decisão apenas confirma o que se suspeita. Na área do chamado crime económico - financeiro há uma demagogia e pressão muito grandes quando na maior parte dos casos o que está em causa são ajustes de contas entre accionistas e interferências do poder político. Só o desejo de protagonismo do MP e dos tribunais transforma estas situações em crimes para capas de jornais e abertura de telejornais. Em Portugal isso é nítido no caso da Universidade Independente e do BCP. Que se transformaram numa novela com condenações apriorísticas, tomadas de controlo e encerramentos só possíveis devido à cumplicidade do MP com o poder político. Felizmente, em Portugal , como nos EUA, se há falsos juízes (muitas vezes os mais famosos) também haverá juízes a sério que farão jusitça e respeitarão o Direito, coisa rara.

domingo, 20 de junho de 2010

A via certa.

A via certa, em termos económicos, para aproveitar e sair da crise era a das reformas estruturais. Palavra gasta e abusada,mas pouco concretizada. Mais do que qualquer equilíbrio orçamental pouco duradouro, o importante era flexibilizar o mercado de trabalho e a mobilidade; criar competição entre as empresas e acabar com o neo-corporativismo, introduzir escolha no Estado Social , sobretudo na Educação e Saúde, garantir um enquadramento fiscal de impostos baixos e estáveis e reduzir, realmente, a burocracia. Ninguém imagina a confusão de regras e regulamentos que existem para se realizar alguma actividade económica. Desde creches a transportes, tudo está pejado de exigências, geralmente absurdas , que inviabilizam as entradas no mercado. Pode ser fácil criar uma empresa, mas é quase impossível entrar numa actividade económica.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

1929 Again?

Quer monetaristas, quer keynesianos concordam que a crise de 1929 se deveu a erros trágicos dos governos e bancos. Seja por terem reduzido a massa monetária, quando a deviam ter alargado, seja por terem insistido em reduções de déficits, quando os deviam ter aguentado até uma retoma efectiva da economia. Houve no cerne dessa crise e sobretudo da sua continuidade um erro político trágico. Aliás a crise só foi resolvida com a Segunda Guerra Mundial.
Posto isto, porque se insiste, agora, nos mesmos erros e se quer à força relançar a economia no caos?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Achtung! Panzer!

A Alemanha está, de novo, a colocar a Europa a seus pés. Alguém se lembra no meio de uma crise de crescimento, quando tem uma boa taxa de poupança e um superavit no comércio externo, em começar cortes de custos? Só quem queira ajoelhar a Europa, indicar à força o caminho. A Alemanha tinha as condições económicas para liderar a retoma. Em vez disso parece liderar a destruição. É tão estranho.
Não há racionalidade económica no pacote de medidas orçamentais apresentadas pela Chanceler Merkl. Não há. Pelo contrário, sobretudo a nível externo, tudo apontava para um estímulo da procura nos mercados mundiais, por parte dos alemães.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Manto negro da justiça II.

O segundo assustador indício negro da justiça foi o clamor que os "operadores judiciários" e "reguladores" terão levantado à entrevista de Jardim Gonçalves no "Expresso". Pressão sobre a justiça, clamaram! Até parece que o MP e a PJ não têm uma perfeita máquina mediática que queima qualquer um antes de sequer ser julgado. Que dispara contra juízes quando não concorda com as sentenças, que dispara contra o legislador quando não concorda com as leis. Basta lembrar o vergonhoso ataque ao novo Código do Processo Penal, que nem sequer é cumprido. Portanto, Jardim apenas usou das mesmas armas que foram usadas para o "queimar". E mais, tem todo o direito a defender-se, porque a defesa nestes processos mediáticos não é só nos tribunais, é também na opinião pública, na imprensa. Há que perceber que efectivamente são criadas novelas para se obterem determinados objectivos. Esse é um facto e deve ser publicitado.

Manto negro da justiça I.

A Justiça é uma estátua que está á porta dos tribunais. É sabido que não entra.
Dois acontecimentos recentes reforçam esta impressão: que a Justiça não entra na justiça.
Um refere-se ao mais mediático dos juízes - Carlos Alexandre. Parece que este Meritíssimo juiz declarou a uma associação de magistrados que esteve sujeito a pressões nos casos mediáticos que conduz.Assim declarou e assim se fez silêncio, lançando um manto negro de suspeição sobre as decisões desse juiz. Ele só teve três ou quatro processos este ano. Era fácil investigar e perguntar: Em que processo foi sujeito a pressões? Que pressões foram essas? Qual a influência dessas pressões na decisão? A última pergunta pode parecer ridícula. Dir-se-á logo. O juiz não se comove com pressões. Mas aí é que está o problema. Até se pode ter comovido ,mas ao contrário e ter endurecido a decisão em relação a alguém. Esta pressão pela negativa também é preocupante. Mas, grave é o juiz levantar a questão e o Conselho Superior da Magistratura nem abrir o inquérito. Ninguém percebe que com estas afirmações os mais importantes processos crime têm as suas decisões instrutórias debaixo de suspeição?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Euro. Um erro para Portugal.

Portugal não constituia uma zona monetária óptima com a Alemanha. Não existia mobilidade e flexibilidade do trabalho, não estava no mesmo ciclo económico da Alemanha e não beneficiava de um sistema orçamental de transferências automáticas de dinheiro para colmatar essas divergências no ciclo. Por isso, aderir ao Euro sujeitando-se a critérios nominais de convergência, esquecendo a economia real e a necessária flexibilzação laboral e solidariedade orçamental seria um enterro para a economia portuguesa. Como foi.
Não cabe na cabeça de ninguém ter a mesma moeda da Alemanha sem qualquer válvula de escape. E as válvulas de escape admissíveis eram a mobilidade e flexibilidade laborais e a segurança que a Alemanha faria transferências fiscais em caso de crise. Uma e outra são a face da mesma moeda. Nós flexibilizávamos, liberalizávamos e flexibilizávamos a nossa economia. A Alemanha garantia-nos com o seu orçamento. Nada disto se verificou. Afundámo-nos com a adopção do Euro.

Apresentação

Este blogue versa sobre os temas que mais impedem a liberdade e o progresso de Portugal: Economia,Justiça e Política. São temas muito mal tratados neste país e que obedecem a um paradigma único que abafa tudo e todos.
Obviamente não pretende ser neutro. A neutralidade não é possível nos dias que correm.